quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Joel Puga: O Último

Este é um conto curioso porque, sendo um conto de ficção especulativa, é fundamentalmente uma espécie de declaração de amor à ficção especulativa. Joel Puga arranja uma personagem de fantasia razoavelmente típica e de fundo cristão, um homem que, descontente com o aspeto dos dois sítios onde poderia ir passar a eternidade, tanto o céu quanto o inferno, decide simplesmente não morrer, dedicando-se (ou submetendo-se, o que vai dar ao mesmo) ao vampirismo. E assim transforma-se em O Último (bibliografia). Mas depois aborrece-se; a eternidade, mesmo quando não é propriamente eterna, tende a tornar-se chata. Solução? Ler. Não qualquer coisa, mas especificamente ficção especulativa.

Mas claro que nada dura para sempre e, tendo o conto fundo cristão, nele aparece o Armagedão, onde os exércitos de anjos e demónios se enfrentam numa derradeira batalha. E o vampiro imortal é apanhado no meio, sabendo que isso significa o fim. Curioso. Mas não propriamente bom; não está suficientemente bem escrito para o ser, e a própria estrutura do conto, demasiado descritiva, não é a melhor. Mas sim, curioso.

Textos anteriores deste livro:

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