sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Sónia de Carvalho: A Velha Senhora

Sabem, como é, quando os, tipos que, escrevem coisas, acham, boa ideia, distribuir vírgulas a, esmo e sem pés, nem, cabeça? Pois Sónia de Carvalho é assim. Duvidam? OK. Então tomem lá uma citação, o segundo parágrafo de A Velha Senhora (bibliografia), e só não uso o primeiro porque é um parágrafo de cinco palavras, que não dá muito para fazer coisas destas.
A porta ficava à face da rua mas, o acesso à casa, propriamente dita, fazia-se, subindo um lanço grande de escadas.
Ora, a vírgula é uma sinalefa que serve, entre outras coisas, para tornar o texto compreensível. Quando mal utilizada, e Sónia de Carvalho utiliza-a pessimamente, pode deixar a compreensão difícil ou mesmo impossível. Consequência? Um conto assim escrito torna-se automaticamente mau. Não há características redentoras que lhe valham.

E este até teria algumas. É um conto de fantasmas razoavelmente bem construído, sobre uma mulher jovem que vai para Lisboa trabalhar e se hospeda em casa da velha senhora do título, onde depressa começa a ver coisas estranhas. Escrito capazmente, e editado por uma editora a sério capaz de lhe dar uma revisão decente, podia ser um conto interessante. Assim... assim é apenas o que é.

Textos anteriores deste livro:

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