Diz na introdução deste Vida de Faz de Conta, brevíssima apresentação de conto e autora como as que antecedem todos os outros, que Vanda Belo se estreou com esta história. Pois bem: se assim é, está de parabéns porque, à parte umas distrações com o tempo narrativo (quase todo o conto é narrado no presente, mas volta e meia passa ao passado sem que se vislumbre motivo para isso), quem dera a muitos de nós começar com esta maturidade.
E o conto (que na verdade é uma noveleta) nem é daqueles que mais me interessam. É uma história mundana, mais uma, sobre a incomunicabilidade num casamento que entra em crise fatal quando o marido perde o emprego. E não informa disso a mulher, continuando a manter a aparência de tudo estar bem, saindo às horas do costume, regressando a casa às horas habituais mas, em vez de trabalhar ou de tentar encontrar outro emprego, passando os dias a vaguear pela cidade.
Claro que esta vida de faz de conta vai ter consequências. E Vanda Belo explana-as bem, com a ressalva expressa acima. É um bom texto, este, mesmo estando longe do tipo de conto que mais me costuma agradar.
Contos anteriores deste livro:
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