quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Pedro Sena-Lino (org.): Avenidas sem Sentido (#leiturtugas)

Nas minhas leituras mais recentes tem sido abundante um tipo específico de livro: antologias e coletâneas que compro por curiosidade de ver se por acaso lá dentro se acoita alguma história fantástica ou até, quem sabe, de ficção científica. E, ainda que seja raro encontrar FC, tem sido bastante frequente encontrar nelas contos de outras facetas da ficção especulativa, ao ponto de alguns desses livros se poderem encarar como obras de ficção especulativa com alguns contos de outros géneros lá misturados.

Avenidas sem Sentido não vai tão longe; a maioria dos contos aqui incluídos — e não sei se se pode falar em escolhidos, uma vez que esta antologia é o resultado de uma oficina de escrita criativa ministrada por Pedro Sena-Lino — pertence à variante realista da literatura. Mas não deixa de incluir um punhado de histórias de ficção especulativa. Aliás, abre logo com uma. Ao todo, 4 destas histórias podem integrar-se na ficção especulativa.

O nível geral é bom. Há alguns contos mais fracos (e um que achei mesmo mau), mas também há contos muito bons, tanto em termos de conto propriamente dito como em termos de adequação aos meus gostos literários, e há outros que, não sendo para o meu gosto, são igualmente bons. Como é habitual neste tipo de livro, a abordagem literária, no sentido de se dar mais relevância ao burilamento do texto do que propriamente ao seu conteúdo, tende a sobrepor-se ao resto, mas não o faz muito e há histórias que equilibram bastante bem forma e conteúdo. Destaco muito em especial o Conto Bizantino como a melhor história da antologia e Esta Casa não Foi Feita de Paredes como a segunda melhor. Entre os fantásticos, o melhor será provavelmente Deriva Divina.

Em suma, esta foi uma leitura genericamente agradável. Bastante melhor do que eu esperava à partida, confesso.

Eis o que achei de cada um dos dezasseis contos:
Este livro foi comprado.

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