sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Barry N. Malzberg: Dois Mil e Sessenta e Um

Dois Mil e Sessenta e Um (bibliografia), o título deste pequeno conto de Barry N. Malzberg, pertence àquela rarefeita categoria de títulos que acrescentam à história que titulam alguma informação que ela, só por si, não contém. Que informação? Bem, não é possível ter grandes certezas, mas tudo indica que se trata de uma data. A data em que a história se desenrola.

É que a história propriamente dita dispensa caracterizações assim tão finas. É um continho razoavelmente divertido sobre dois homens, um paciente e um terapeuta, que têm uma conversa durante a qual o primeiro procura convencer o segundo de que a experiência a que se submeteu está a ter efeitos secundários indesejáveis, ideia a que o interlocutor resiste enquanto lhe é possível. Que experiência? A autoindução de uma doença mental.

É daqueles contos engenhosos, feitos para uma reviravolta final deixar no leitor aquela sensação de "Ah-ha! Espertinho!" Também tem ironia e algum bom humor. Tudo boas qualidades. Mas não me agradou por aí além: por baixo da prestidigitação literária centrada no enredo este continho é bastante vazio. Uma brincadeira, que até pode ser razoavelmente divertida mas que não tem grande sumo ao espremer. Não é mau, mas também não é bom.

Conto anterior desta publicação:

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