O senhor autor teve vergonha e vai daí inventou um pseudónimo. Não é caso único, há até antecedentes abundantes, mas este caso é curioso porque o autor por detrás do pseudónimo se revela rapidamente no próprio livro em que o pseudónimo aparece (não sei se por vontade própria se por algum daqueles acidentes que às vezes acontecem nestas andanças da edição). João B. Castrado, claro, é o pseudónimo, e o motivo da vergonha torna-se claro quando se percebe que a Síndroma das Prostitutas do Porto de Amesterdão (bibliografia) é uma doença inventada de cariz absolutamente sexual.
É das tais histórias que se integram na perfeição no espírito da coisa. Basicamente, estamos perante uma doença sexualmente transmissível cujos sintomas são francamente embaraçosos: os órgãos genitais (ou, em geral, os órgãos usados em atividades sexuais) ganham consciência e vontade próprias. E voz. Que não se acanham em usar, para grande embaraço dos pacientes. Talvez seja por isso que o Dr. João B. é Castrado?...
De resto, a história está bem escrita, estruturada como é da praxe, pelo menos no que toca à vasta maioria das histórias/doenças que constam destas páginas, e tem alguma piada. Talvez não seja das histórias de topo, em termos absolutos, mas está bem colocada numa segunda linha de textos bons e interessantes, elaborados com base em boas ideias bem exploradas. Gostei.
Textos anteriores deste livro:
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.