quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Irmãos Grimm: Fernando Fiel e Fernando Infiel

Entre estes contos dos Irmãos Grimm, ou recolhidos por eles, há um grupo razoavelmente numeroso de histórias que parecem ter como objetivo contrastar a bondade de uns com a maldade de outros, histórias exemplares destinadas a ensinar boas práticas aos seus ouvintes, quando se transmitiam oralmente, ou leitores quando passaram a escrito. Uma história famosa é um bom exemplo disso: Cinderela, com a sua madrasta má e filhas piores. E como o próprio título já indica, Fernando Fiel e Fernando Infiel faz parte desse grupo.

É uma daquelas histórias em que o bom parece dar-se mal, apesar de ir de caminho fazendo alianças com todas as criaturas que o encontram, humanas ou não. Ajudado por meios mágicos do princípio ao fim da história e prejudicado pela insídia do Fernando Infiel, o bom lá acaba no proverbial (embora neste caso não explícito) viveram felizes para sempre, casado com uma rainha, não sem que antes não seja forçado a passar as passinhas do Algarve. E beneficiando para isso de um assassinato, que as rainhas para poderem casar com os homens que escolhem têm primeiro de ficar viúvas.

É um conto com o seu interesse, apesar de haver nele algo de errado, como de resto os próprios Grimm afirmam na nota que o acompanha. Para isso contribui a sua extensão, suficiente para uma certa complexidade que adiciona elementos razoavelmente originais a uma estrutura básica que está longe de o ser. Se se limitasse a essa estrutura básica seria mais uma história aborrecida porque repetida. Assim, não é. E ainda bem.

Contos anteriores deste livro:

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