sábado, 13 de agosto de 2022

Vítor Frazão: Último Desejo

E de repente, o sabre desaparece. Mas entra o corvo. Vítor Frazão quebra com as histórias anteriores, ambientando a sua numa batalha contra criaturas monstruosas que o protagonista tinha estado a travar e estava prestes a perder definitivamente. Nisto aparece-lhe um djinn, nome árabe daquilo que conhecemos como génios, com lâmpadas mágicas ou sem elas, que lhe dá a oportunidade de expressar um Último Desejo. Este acaba por se transformar num trato mais ou menos faustiano do qual, sendo os génios o que são, o protagonista sai muito a perder.

Sem que se perceba em quê e como esta história encaixa nas anteriores, o leitor é deixado um tanto ou quanto no ar, ainda que Frazão acabe por criar um conto mais fechado em si próprio do que os dois que o precedem. Isto é, um conto que funciona melhor enquanto conto.

Mas não gostei muito. O português é competente mas não passa disso e os diálogos, que funcionam como o motor da história, não são propriamente convincentes. Há neles (especialmente no que o protagonista diz) um tom melodramático, cheio de sentenças tonitruantes, que se torna algo ridículo. E cansativo, ao fim de algum tempo.

Mas OK, talvez funcione no contexto da história mais ampla que este livro constrói. Venha o próximo conto, portanto.

Contos anteriores deste livro:

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