E foi ao ler esta história que eu percebi a ideia do livro e o motivo por que a história anterior termina de forma tão abrupta. Uma Herança Familiar volta a ser uma história bastante curta, mas nela vamos reencontrar o sabre que se tinha como que imposto ao protagonista da história de Carlos Silva. Ou seja: este é um livro composto de várias histórias, mas existe uma linha narrativa global a uni-las.
Sara Farinha, no entanto, não tem a qualidade literária de Carlos Silva e a sua história ressente-se desse facto. O protagonista é um homem numa missão. Talvez seja o mesmo da primeira história, talvez não seja (o da primeira é conhecido apenas como Cliente, o desta tem nome: Xavier), mas parece bastante diferente em termos de personalidade. Seja como for, a ideia dele é vingar o sabre, que terá sido demasiadas vezes desembainhado sem razão e embainhado sem honra. Fica-se sem perceber como nem quando nem propriamente por quem; sabe-se apenas que tudo se passa entre gente (ou não-gente) capaz de manusear a magia.
O final é mais uma vez deixado escancarado, agora na iminência de violência, mas se a primeira história tinha na construção de um universo ficcional o seu ponto forte, esta não tem pontos fortes. É uma historinha bastante banal e pouco inspirada, embora não o suficiente para ser má. É daquelas histórias que se leem com um encolher de ombros, servindo principalmente para, agora que já está entendida a ideia da publicação, ficar na expetativa do que virá a seguir.
Conto anterior deste livro:
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por motivos de spam persistente, todos os comentários neste blogue são moderados. Comentários legítimos passam, mas pode demorar algum tempo. Como sempre acontece, paga a maioria por uma minoria de abusadores. Parece ser assim que o mundo funciona, infelizmente.