Embora não tão acentuadamente como no primeiro conto, neste Núpcias Marinhas Virgílio Várzea volta a servir-se de todas as técnicas e muletas literárias de uma espécie de romantismo tardio que me desagradam sobremaneira.
De resto, há muito de comum entre as duas histórias, o que é mais um fator a contribuir para o fraco prazer com que eu li esta. Temos aqui um casamento que, como o lugar onde os noivos habitam é pobre e vazio ao ponto de nem ter uma capela, envolve uma travessia marítima. Várzea é igual a si próprio: vírgulas por todo o lado, adjetivação em excesso, montes de advérbios. E aqui resolve pôr personagens a avisar o cortejo de que uma tempestade se aproxima, pelo que melhor seria adiar-se o casório. Mas claro que as ignoram. E o leitor compreende com total clareza todo o enredo da história pouco depois de ela começar.
Claro que tudo termina em tragédia, com facas e alguidares em abundância. Se o estilo do escritor ajudasse, podia ser que o conto tivesse algum interesse. Mas o estilo de Várzea só desajuda. Este é mais um conto perfeitamente dispensável.
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