Ao contrário do que é padrão nestas histórias, não temos aqui três irmãos (ou, ocasionalmente, sete), mas sim quatro. E é pouco mais que isso o que esta história, que os Irmãos Grimm parecem ter alterado pouco, tem de original.
Os Quatro Irmãos Arteiros é mais uma daquelas histórias em que um grupo de pessoas pobres parte mundo fora para tentar ganhar a vida ou, como neste caso, aprender um ofício. E conseguem fazê-lo de forma prodigiosa, ou não estivéssemos no reino das histórias de encantar. Um torna-se astrónomo, outro ladrão, um terceiro é caçador e o quarto alfaiate. E, juntos, não há nada que não consigam fazer.
Exceto casar-se com uma princesa, aparentemente. Como tão valoroso é um como o outro, e como todos desejam o matrimónio real, a coisa acabaria em discussão (e em destruição mútua, talvez) se não acabassem por abdicar da princesa. Em troca de meio reino cada um, atenção, o que não é nada mau.
Também o conto não é mau. É certo que não tem grande originalidade, mas sempre tem alguma: o facto de eles serem quatro é invulgar, o acordo final também o é, e há mais dois ou três pormenores lá no miolo que não se encontram noutras histórias. Mas o grosso do conto é reutilizado. Mais uma vez, a leitura desta história seria mais agradável sem ter todas as outras em volta a deixar tão evidente o seu caráter remastigado. E também isto é ideia repetida, eu sei.
Mea culpa.
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