Quem lê estes antigos contos populares não é raro deparar-se com alguns elementos que reconhece, se estiver atento, de histórias ou géneros inteiros surgidos anos ou séculos mais tarde, e este conto sobre Os Seis que Foram Longe, que os Irmãos Grimm terão recolhido e publicado sem alterações, além de eventuais retoques estilísticos, é disso exemplo paradigmático. É que ler esta história é quase como ler um conto de super-heróis.
Estive quase para escrever aqui X-Men em vez de super-heróis, mas a verdade é que embora o grupo tenha uma dinâmica semelhante, com um líder e planificador da atividade e os seus soldados, cada um com a sua habilidade extraordinária, os X-Men são apresentados como um grupo de heróis propriamente ditos, os bons da fita, ao passo que estas personagens do conto popular são algo mais dúbias, pois o seu grande objetivo é tirar vantagem das pessoas normais e sobretudo do seu rei. O que conseguem fazer, claro, recorrendo aos talentos específicos de cada um.
Este é um conto bastante interessante, muito mais pelas conotações que a sua leitura desperta do que pelo conto em si mesmo. Este pouco mais é que uma espécie de lengalenga que se vai desenvolvendo repetitivamente até ao desfecho. Mas as conotações elevam-no a outro patamar.
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