terça-feira, 18 de agosto de 2020

Mia Couto: O Januário, ou Melhor: o Januário

E eis um conto sobre O Januário, ou Melhor: o Januário. E não me perguntem porque foi que Mia Couto resolveu intitular esta sua ficção com roupagem de crónica (ou vice-versa) desta forma, porque nem depois de ler percebi. À parte o conto ser sobre o Januário, claro.

Poderão perguntar: mas quem é o Januário? O Januário é um bateleiro, com ajuda de cujo barco se fazia a travessia do rio Pungué, e a história conta como a construção de uma ponte vai alterar o mundo do Januário. Primeiro por intermédio de todos aqueles que, com mal disfarçado gozo, lhe perguntam se não está preocupado com a ponte, ao que ele responde com indiferença, e depois no desfecho da história.

Este é fantástico em versão todoroviana. Relata um acontecimento que pode ter realmente acontecido, ou pode apenas ser lenda, mas se aconteceu tem certamente uma mãozinha mágica a ajudar. Uma rebeldia, digamos assim para não desvendar demasiado. Uma rebeldia daquelas bastante comuns em todos aqueles que veem o progresso ameaçar o seu ganha-pão, embora aqui ela tome um aspeto algo extremo. E com o regresso da magia a estas historinhas de Mia Couto eu cá leio-as de forma mais sorridente.

Contos anteriores deste livro:

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