domingo, 2 de agosto de 2020

L. Timmel Duchamp: Síndroma do Vírus di Forza

Quem sabe algumas coisas muito básicas sobre epidemiologia, daquelas que se aprendem na escola secundária, saberá certamente que embora em algumas epidemias, como aquela que estamos a atravessar, o agente infecioso se transmita simplesmente pelo ar ou pelo contacto com superfícies contaminadas, outras há que não dispensam um hospedeiro. É o caso de doenças como a malária ou a febre do Nilo Ocidental, que só se transmitem mediante uma picada de um mosquito infetado. E também é o caso desta Síndroma do Vírus di Forza (bibliografia).

Infelizmente para mim, que gosto do que gosto, L. Timmel Duchamp decidiu seguir pela via da verosimilhança, arranjando uma doença pouco imaginativa. O vírus di Forza que ela inventa causa apenas uma variante exagerada e fatal de uma doença existente: a mania sexual. Só o exagero e o facto de se tratar de uma doença contagiosa e causada por um vírus colocam tal enfermidade no domínio do fantástico. Por outro lado, Duchamp conta mesmo uma história, incluindo até algumas ferroadas atiradas ao puritanismo americano, especialmente nos estados do Sul (a autora localiza os primeiros casos da epidemia na Luisiana), pelo que não posso dizer que esta história me tenha insatisfeito. É razoável a atirar para o boa.

Textos anteriores deste livro:

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