Estas histórias do Azazel cansam-me. Este Isaac Asimov está quase sempre tão distante do Asimov da série da Fundação ou dos melhores contos dos robôs positrónicos, sendo no entanto o mesmo, que chega até a ser deprimente. Poucos destes contos ultrapassam a mediocridade e demasiados nem a isso chegam. Se não fosse teimoso e se não tivesse aquele otimismo do leitor que está sempre à espera de que na página seguinte surja qualquer coisa que faça com que a leitura valha a pena, o mais certo é que já tivesse abandonado este livro. Mas sou e tenho, de modo que vamos lá a mais um.
Já perceberam que O Olhar de Quem Vê (bibliografia) não é dos melhores destes contos, decerto. Mas também não é tão mau como o parágrafo anterior pode levar a crer. Há ali em cima algum efeito de saturação com contos que só muito raramente trazem um pouco do que transformou Asimov num dos grandes nomes da FC, potenciado por este, mais uma vez, não o trazer. Por outras palavras: não seria por este conto que abandonaria este livro, mas por toda a sequência.
Este conto é sobre uma mulher muito, muito feia, que tem de se contentar com um homem muito, muito feio como parceiro de vida. O vaidoso que sabe chamar o demónio Azazel apieda-se dela e faz com que o demónio a embeleze, após o que a mulher, fútil e superficial como no mundo de Asimov as mulheres tendem a ser (exceto quando criam robôs positrónicos, aparentemente), trata de rejeitar o seu feioso e de arranjar para o substituir um tipo tão fútil, superficial e bem-parecido como ela é agora. É misógino? Claro. Mas não é dos casos piores e a moral da história, de que a verdadeira beleza não é exterior mas interior, por mais cliché que seja continua válida.
É um conto mediano, não um conto mau.
Contos anteriores deste livro:
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