Com a competência que habitualmente se lhe reconhece, mas sem a fina ironia de que as suas prosas tantas vezes dão provas, João Ventura apresenta uma história também perfeitamente integrada no espírito da coisa mas não tão imaginativa como eu estava à espera. Não na ideia base, que esta o é, mas na sua concretização. Insideout (bibliografia), a doença, é mais uma das múltiplas enfermidades que constam deste livro e envolvem metamorfoses, embora a metamorfose de Ventura seja das mais simples: uma mera inversão total do organismo, cuja parte exterior passa a ser interior e vice-versa.
Como disse, eu de Ventura esperava mais humor do que o que encontrei aqui. Não que ele esteja inteiramente ausente, mas está bastante mais diluído do que em outros textos, nomeadamente os dois do Palinhos que o precedem. Também há aqui um certo elemento de azar, visto que os contos seguem a ordenação alfabética e simplesmente calhou esta história ficar muito perto de uma das mais divertidas de todo o volume. Não fosse isso, e é possível que me tivesse divertido mais a associação de uma doença destas aos estudos topológicos dos matemáticos, as únicas pessoas afetadas.
Seja como for, é uma boa história. Não tanto como eu esperaria, talvez, mas boa.
Textos anteriores deste livro:
Como disse, eu de Ventura esperava mais humor do que o que encontrei aqui. Não que ele esteja inteiramente ausente, mas está bastante mais diluído do que em outros textos, nomeadamente os dois do Palinhos que o precedem. Também há aqui um certo elemento de azar, visto que os contos seguem a ordenação alfabética e simplesmente calhou esta história ficar muito perto de uma das mais divertidas de todo o volume. Não fosse isso, e é possível que me tivesse divertido mais a associação de uma doença destas aos estudos topológicos dos matemáticos, as únicas pessoas afetadas.
Seja como for, é uma boa história. Não tanto como eu esperaria, talvez, mas boa.
Textos anteriores deste livro:
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