Embora continue a integrar-se perfeitamente no espírito da coisa e a ser bom, este segundo conto/doença do Jorge Palinhos fica algo aquém do primeiro. Parte do motivo para isso é este Hippopotamus Perperam Animadvertu (bibliografia) ser bastante menos imaginativo que a Hipersensibilidade Lexical. Outra parte é ser também consideravelmente menos divertido.
Estamos perante um caso único. Um paciente, português, que insiste estar constantemente acompanhado por um hipopótamo que mais ninguém vê e, ocasionalmente, também por outros animais, igualmente invisíveis. Palinhos consegue contar a história da vida dele a partir do momento em que se vê afligido pela doença, através do simples truque de descrever a evolução do caso clínico. E é interessante, e está bem feito, mas não é nada de particularmente insólito. Parece um caso de loucura razoavelmente plausível, não muito diferente de casos reais de pessoas que veem ou ouvem coisas que não têm existência concreta. É esse, para mim, o seu principal ponto fraco, pois o facto de ser consideravelmente menos divertido que o outro conto não implica que não seja também divertido (o outro é-o muito; a diferença é basicamente essa).
Fora isso, esta história funciona a contento e está bem escrita. É uma boa história.
Textos anteriores deste livro:
Estamos perante um caso único. Um paciente, português, que insiste estar constantemente acompanhado por um hipopótamo que mais ninguém vê e, ocasionalmente, também por outros animais, igualmente invisíveis. Palinhos consegue contar a história da vida dele a partir do momento em que se vê afligido pela doença, através do simples truque de descrever a evolução do caso clínico. E é interessante, e está bem feito, mas não é nada de particularmente insólito. Parece um caso de loucura razoavelmente plausível, não muito diferente de casos reais de pessoas que veem ou ouvem coisas que não têm existência concreta. É esse, para mim, o seu principal ponto fraco, pois o facto de ser consideravelmente menos divertido que o outro conto não implica que não seja também divertido (o outro é-o muito; a diferença é basicamente essa).
Fora isso, esta história funciona a contento e está bem escrita. É uma boa história.
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