É um tudo-nada misógino, este conto de Lafcadio Hearn, autor de que nunca tinha lido nada e que não me deixa particularmente bem impressionado com este Uma Promessa Quebrada (bibliografia). E sim, o "tudo-nada" ali em cima é irónico.
Ambientado no Japão, é a história de uma mulher que antes de morrer recebe do marido a promessa de que não voltará a casar. Mas claro que promessas leva-as o vento, velho dito português que pelos vistos se aplica igualmente bem do outro lado do mundo, e o homem encontra nova esposa, em parte por vontade própria, em parte por pressões várias, que ele era samurai e havia que perpetuar a linhagem. O problema é que o fantasma da primeira mulher não está pelos ajustes e vai fazer tudo para destruir qualquer felicidade que ele possa encontrar com a segunda.
Mas ataca-o a ele, visto que quem incumpriu o prometido foi ele? Não, que ideia! Ataca-a a ela, a desgraçada da segunda mulher, que nada sabia de promessas e decisões tomadas antes de ela surgir em cena. É ela quem é assombrada, é ela quem é ameaçada, é ela que vai ter de tentar convencer o novo marido a libertá-la, de tentar convencê-lo de que anda o fantasma da anterior mulher a atormentá-la dizendo que ou sai de cena ou é decapitada. Ele nada vê, nada ouve, nada sabe. E no fim, o desfecho trágico, que não é surpresa porque era bastante óbvio desde pelo menos o meio do conto, é-o sobretudo para a desgraçada da inocente.
E ainda vem com liçãozinha moral a rematar, sobre "a natureza das mulheres". Este é um conto profundamente banal, mesmo em termos estruturais, mesmo em termos de escrita, cuja única faceta relevante, que eu consiga ver, é a ambientação japonesa. Não é mau, mas também não é bom.
Textos anteriores deste livro:
Ambientado no Japão, é a história de uma mulher que antes de morrer recebe do marido a promessa de que não voltará a casar. Mas claro que promessas leva-as o vento, velho dito português que pelos vistos se aplica igualmente bem do outro lado do mundo, e o homem encontra nova esposa, em parte por vontade própria, em parte por pressões várias, que ele era samurai e havia que perpetuar a linhagem. O problema é que o fantasma da primeira mulher não está pelos ajustes e vai fazer tudo para destruir qualquer felicidade que ele possa encontrar com a segunda.
Mas ataca-o a ele, visto que quem incumpriu o prometido foi ele? Não, que ideia! Ataca-a a ela, a desgraçada da segunda mulher, que nada sabia de promessas e decisões tomadas antes de ela surgir em cena. É ela quem é assombrada, é ela quem é ameaçada, é ela que vai ter de tentar convencer o novo marido a libertá-la, de tentar convencê-lo de que anda o fantasma da anterior mulher a atormentá-la dizendo que ou sai de cena ou é decapitada. Ele nada vê, nada ouve, nada sabe. E no fim, o desfecho trágico, que não é surpresa porque era bastante óbvio desde pelo menos o meio do conto, é-o sobretudo para a desgraçada da inocente.
E ainda vem com liçãozinha moral a rematar, sobre "a natureza das mulheres". Este é um conto profundamente banal, mesmo em termos estruturais, mesmo em termos de escrita, cuja única faceta relevante, que eu consiga ver, é a ambientação japonesa. Não é mau, mas também não é bom.
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