Antes de mais, um aviso para quem não saiba: não só conheço o Luís Corte Real como tenho com ele uma relação de trabalho que já dura desde 2006. Foi esse o ano em que traduzi o meu primeiro livro, publicado pela editora dele, e tem sido com a Saída de Emergência que tenho trabalhado quase sempre desde então. Como ele não escreve muito, nunca me tinha cruzado com um texto dele nestas minhas opiniões sobre o que vou lendo, pelo que nunca tinha passado pelo dilema de falar ou não falar. Aconteceu agora. E decidi falar; afinal de contas, nunca me coibi de dizer o que penso sobre os livros da Saída que vou lendo, incluindo quando não gosto, pelo que não faria grande sentido calar agora este conto do Luís. Pior: podia até parecer que o tinha achado muito mau, silenciando-o para não ferir suscetibilidades. E não foi isso o que aconteceu: o conto está longe de ser mau. Mas como a relação existe, e a bem da transparência, aqui fica a nota prévia.
O mais interessante neste Doença de Lovecraft (bibliografia), para quem é apreciador de literatura fantástica, é propiciar uma espécie de jogo da caça à referência. Corte Real é assumidamente fã de Lovecraft e, em geral, da literatura de FC e sobretudo de fantasia e horror da época inicial dos pulps, e consequentemente conhece-a bem. Talvez por isso, ao criar uma doença que batiza com o nome do escritor de Providence, transformando-o em personagem na condição de paciente mais conhecido, aproveitou para espalhar pelo texto numerosas referências ao próprio Lovecraft, à sua obra e a outros escritores seus contemporâneos.
Mas o conto não se limita a isso. É um texto plenamente integrado no espírito e no tema da antologia, descrevendo uma doença deformativa que na prática metamorfoseia os afligidos numa espécie de grandes peixes, e está escrito com competência mais que suficiente para não destoar em nada dos restantes (até inclui um trecho em português antigo). Não sendo dos textos que mais me agradaram, até por cair mais para o pseudofactual do que para o lado da história propriamente dita, que tendo a preferir, é um conto bastante bom que deverá agradar sobretudo a quem conhecer bem Lovecraft, a sua obra e a sua vida. E é também uma homenagem; uma muito bem conseguida homenagem de fã.
O mais interessante neste Doença de Lovecraft (bibliografia), para quem é apreciador de literatura fantástica, é propiciar uma espécie de jogo da caça à referência. Corte Real é assumidamente fã de Lovecraft e, em geral, da literatura de FC e sobretudo de fantasia e horror da época inicial dos pulps, e consequentemente conhece-a bem. Talvez por isso, ao criar uma doença que batiza com o nome do escritor de Providence, transformando-o em personagem na condição de paciente mais conhecido, aproveitou para espalhar pelo texto numerosas referências ao próprio Lovecraft, à sua obra e a outros escritores seus contemporâneos.
Mas o conto não se limita a isso. É um texto plenamente integrado no espírito e no tema da antologia, descrevendo uma doença deformativa que na prática metamorfoseia os afligidos numa espécie de grandes peixes, e está escrito com competência mais que suficiente para não destoar em nada dos restantes (até inclui um trecho em português antigo). Não sendo dos textos que mais me agradaram, até por cair mais para o pseudofactual do que para o lado da história propriamente dita, que tendo a preferir, é um conto bastante bom que deverá agradar sobretudo a quem conhecer bem Lovecraft, a sua obra e a sua vida. E é também uma homenagem; uma muito bem conseguida homenagem de fã.
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