E aqui temos mais um caso de um conto que é bastante bom, no sentido literário do termo e por a autora, Inês Pedrosa, ter realmente conseguido fazer muito bem aquilo que se propôs fazer, mas que não conseguiu despertar-me grande interesse ou prazer na leitura.
O problema está, mais uma vez, no pouquíssimo interesse que me despertam estes temas, que tantos escritores (e leitores) adoram: os encontros e desencontros amorosos de pessoas, reais ou ficcionais, que me são completamente indiferentes. Mesmo quando, como neste caso, as histórias estão bastante bem escritas e muitíssimo bem concebidas, com um desenrolar da trama no qual a informação transmitida ao leitor é só e apenas a necessária em cada momento, forçando-o, porque O Labirinto dos Desejos de que o título fala é enredado e invulgar, a reavaliar o que ficou para trás quase página após página. Ou às vezes mais que uma vez por página.
É esta a grande qualidade deste conto, embora a qualidade da escrita também seja elevada: a forma como Pedrosa tece a sua teia. Se o tema me interessasse um pouco que fosse, tenho a certeza de que teria gostado muito de o ler. Mesmo não sendo bem um conto; trata-se de um excerto de romance, que no entanto funciona muito bem como história curta. Sim, reconheço-lhe qualidades múltiplas e relevantes, e aconselho sem reservas a leitura a qualquer pessoa que se interesse por paixões e desejos cruzados, homossexualidade mais ou menos armariada e coisas dessas. Muito provavelmente gostará. Mas eu? Oh pá... a chatice que esta leitura me causou já ninguém ma tira.
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