A Versão de Marta não é um conto: é um excerto de um romance. Tudo bem, já não é o primeiro caso do género nesta antologia. O problema é que enquanto em casos anteriores isso mal se notava, funcionando os excertos perfeitamente como contos, aqui isso nota-se bastante.
Tenho uma ténue lembrança de ter lido o livro de onde é extraído este fragmento, Gente Feliz com Lágrimas, pouco tempo depois de ter sido publicado. Mas foi há muitos anos e a lembrança é mesmo ténue. Lembro-me da maravilhosa prosa de João de Melo e há um ou outro detalhe do que li aqui que ressoa a qualquer coisa reconhecível, mas é só; a memória quanto à história que o livro conta, às personagens, aos ambientes e por aí fora está completamente vazia. Ou quase completamente.
E foi isso o que me faltou nesta leitura. Contexto. A prosa magnífica está lá, mas o texto não funciona bem lido assim de forma isolada. Sem contexto. Talvez resulte como aperitivo, como despertador de curiosidade pelo romance, e é esse o principal objetivo, mas como leitura inteira em si mesma deixa a desejar.
Contos anteriores deste livro:
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