A minha forma razoavelmente caótica de ir saltitando de livro em livro, e um certo pendor para a coincidência que as minhas leituras mostram de vez em quando, têm destas coisas. Apenas dias depois de ler uma história cujo protagonista é um caixeiro-viajante, A Transformação, eis que deparo com outra onde todas as personagens têm essa mesma profissão.
O Quarto 17 (bibliografia) é um quarto de um certo hotel frequentado por caixeiros-viajantes. Estes, quando ficam lá alojados, tendem a juntar-se à conversa na sala de estar, e o que E. Nesbit nos conta é uma dessas conversas. Uma conversa sobre fantasmas, claro, de contrário pouco sentido faria o conto estar nesta antologia.
Trata-se de um daqueles contos, muito clássicos, em que não é propriamente contada uma história de fantasmas, mas sim uma história sobre um grupo de pessoas em que alguém conta uma história de fantasmas. Ou de horror, em geral. Neste caso, é a história de um quarto mal-assombrado num hotel frequentado por caixeiros-viajantes, onde se sucedem mortes misteriosas. Mas no fim, a história tem uma reviravolta que a coloca plenamente no âmbito da definição de fantástico de Todorov: será verdade? Não será?
Este é um conto bem contado e eficaz, ainda que não seja tão surpreendente nem divertido como alguns dos anteriores. Mas fecha bem esta antologia.
Contos anteriores deste livro:
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