sexta-feira, 19 de junho de 2020

Rachel Pollak: Mania de Grandeza Universal

Como acontece em quase todas as antologias, há uma ou outra história que não atinge um patamar de qualidade equiparável às restantes. Aqui já tivemos várias que ficaram na minha avaliação abaixo das melhores, mas em muitas dessas reconheço que o meu gosto pessoal influenciou essa avaliação, geralmente por preferir histórias propriamente ditas aos exercícios pseudofactuais mais ou menos borgesianos. O caso da Mania de Grandeza Universal (bibliografia) de Rachel Pollak parece-me diferente: é um caso de uma história objetivamente fraca, que no confronto com o meu gosto piora mais um pouco. Para mim, este conto é mau.

Imaginação basicamente não há. Pollak trata os resultados das investigações científicas sobre tudo o que não seja visível com as limitações do olho humano como sintomas da tal mania da grandeza e as instituições que as promovem como centros de contágio. E é isto; assim que o leitor se apercebe de que a ideia é esta, e apercebe-se quase imediatamente, está tudo compreendido, pois não existe qualquer surpresa no desenvolvimento. Ideia que, ainda por cima, é a mais tola que já apareceu nestas páginas. Pode ser que ainda venha a surgir alguma mais pateta, mas parece-me difícil. E quando a isso acresce um texto que se limita à descrição da "doença", sem lhe associar alguma coisa que se pareça com uma história, estão os ingredientes a postos para criar aquele que é, de longe, o pior texto do livro até ao momento.

Textos anteriores deste livro:

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