Um dos principais motivos para tanto me cansarem os textos de quem acha interessante psicanalisar essa coisa fantasmagórica a que por vezes se chama "caráter português", em imitações mais ou menos baratas, mais ou menos derivativas, de Eça, é esses textos acabarem por ser tão parecidos uns com os outros. As mesmas ideias repetem-se até à exaustão, em variações superficiais que escondem mal ou não escondem de todo o mesmo núcleo, as mesmas ironias e as mesmas piadas sucedem-se monotonamente e o mesmo aborrecimento instala-se.
É muito por isso que ler Jorge André Catarino (ou pelo menos o seu texto presente nesta antologia) pouco difere de ler Patrícia Lameida (idem) e esta pouco difere de tantos outros exemplos do mesmo sintoma genérico de "caráter português". E isso diminui, obviamente, os textos de todos eles.
No caso deste Omniantropocognoscite (bibliografia), a doença que Catarino arranja é uma busca pela fama a qualquer custo e eu, pelo tom do texto, mais tarde também pelos "exemplos clínicos", comecei logo no primeiro parágrafo a resmungar com os meus botões "não fales de Portugal, não fales de Portugal!" Falou. Era óbvio que iria falar, e infelizmente falou mesmo, explicando os descobrimentos com a doença. E o conto, que sem isso não seria particularmente imaginativo mas podia tornar-se razoavelmente interessante, caiu na completa monotonia.
Não é mau? Não é mau. Não está mal escrito? Não está mal escrito. Mas é fracote.
Textos anteriores deste livro:
É muito por isso que ler Jorge André Catarino (ou pelo menos o seu texto presente nesta antologia) pouco difere de ler Patrícia Lameida (idem) e esta pouco difere de tantos outros exemplos do mesmo sintoma genérico de "caráter português". E isso diminui, obviamente, os textos de todos eles.
No caso deste Omniantropocognoscite (bibliografia), a doença que Catarino arranja é uma busca pela fama a qualquer custo e eu, pelo tom do texto, mais tarde também pelos "exemplos clínicos", comecei logo no primeiro parágrafo a resmungar com os meus botões "não fales de Portugal, não fales de Portugal!" Falou. Era óbvio que iria falar, e infelizmente falou mesmo, explicando os descobrimentos com a doença. E o conto, que sem isso não seria particularmente imaginativo mas podia tornar-se razoavelmente interessante, caiu na completa monotonia.
Não é mau? Não é mau. Não está mal escrito? Não está mal escrito. Mas é fracote.
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