domingo, 16 de junho de 2019

Roberto Mendes (ed.): Dagon 3 (#leiturtugas)

Há três tipos diferentes de fanzines e revistas literários. Um, que é bem exemplificado em Portugal pela extinta revista Ficções, dedica-se sobretudo ou exclusivamente a publicar contos, e por vezes histórias mais longas de forma serializada. O outro, de que a revista Blimunda é bom exemplo, tem um foco importante em material ensaístico de vário tipo, do artigo à entrevista, passando por uma série de outras coisas. Mas na ficção científica e fantasia portuguesa (e, na verdade, lusófona), o tipo que predomina é o terceiro, que tenta equilibrar a vertente ensaística e a ficcional.

E quase sempre acontece que as publicações mantêm uma certa consistência na abordagem que preferem seguir. A Dagon (um fanzine razoavelmente sofisticado — aquilo a que os gringos chamam semiprozine — iniciativa de Roberto Mendes) é que nem por isso. Se em alguns números tem uma componente ensaística relevante, em outros, como este número 3, esta quase desaparece e o conteúdo é quase integralmente constituído por ficção.

Esta não é muito boa. Ou por outra, um dos dois contos é bom, o outro é muito fraco. E para além deles, o fanzine contém apenas um editorial e um breve artigo sobre o artista que produziu a capa (a qual nada tem a ver com nenhum dos contos, diga-se), seguido de uma galeria de outras ilustrações feitas por ele. Bastante boas, convenhamos, mas não chegam para compensar aquilo que de menos bom ficou para trás. Tudo somado, esta publicação não ultrapassa o razoável.

Eis o que achei dos dois contos:

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