sábado, 22 de junho de 2019

Sérgio Nuno Ferreira Guerreiro: Mulher Aranha

Dada a natureza oblíqua da poesia, identificar um poema como "fantástico" tende a ser tarefa mais complicada e incerta do que quando se está a falar de textos em prosa (e estes por vezes já o são bastante). E, pior, redutora, porque os poemas vivem de imagens e o facto de estas, quando tomadas ao pé da letra, poderem parecer fantásticas não significa que o sejam de facto ou que o poema o seja. E este é um problema que, vou desde já suspeitando, será recorrente na primeira parte deste livro, dedicada a textos poéticos.

É certamente um problema deste Mulher Aranha (bibliografia). Neste texto — de que vou desde já adiantando que não gostei muito — Sérgio Nuno Ferreira Guerreiro traça um paralelo entre a perigosidade das fêmeas de aranha e as fêmeas humanas, usando aquelas para falar destas, obtendo como resultado um poema que à primeira vista é fantástico (ou até de terror) mas se visto mais de perto talvez seja apenas uma espécie de parábola. Não creio que tenha sido muito bem sucedido no esforço, especialmente nos aspetos formais da criação poética, mas este texto sempre tem algum interesse. Pouco, acho.

Textos anteriores deste livro:

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