Bastante diversificado, como de resto é de comum nas coletâneas de Jorge Luis Borges, há neste O Livro de Areia histórias magníficas lado a lado com outras que ficam aquém do que um leitor razoavelmente fã do autor argentino espera dele, há o fantástico mais típico de Borges junto de contos realistas, de contos históricos, e até de um conto lovecraftiano e outro de ficção científica, e quanto à geografia em que têm lugar, ora estamos na Argentina natal do autor, ora saltamos para a Europa de Leste, e daí para a Inglaterra, para o Uruguai, para os Estados Unidos ou para tempos e lugares menos definidos.
Em comum, há a prosa concisa e precisa de Borges, despida de floreados inúteis e carregada de erudição e de uma certa atmosfera fantástica que até assoma ao de leve nos contos realistas. Mas o que realmente se destaca são os melhores contos. Ulrica é um assombro, A Noite das Mercês é ótimo, O Espelho e a Máscara é excelente, O Disco é magnífico e O Livro de Areia justifica absolutamente ter sido destacado para o título da compilação. Quem dera a muitos contistas ter apenas uma história com esta qualidade em cada um dos seus livros; Borges aqui tem várias. E isso chega e sobra para o livro ser muito bom.
Eis o que achei de cada história aqui contida:
- O Outro
- Ulrica
- O Congresso
- There Are More Things
- A Seita dos Trinta
- A Noite das Mercês
- O Espelho e a Máscara
- Undr
- Utopia de um Homem que Está Cansado
- O Suborno
- Avelino Arredondo
- O Disco
- O Livro de Areia
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