segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

António Paulo da Costa: Rua Escura

Há mil e uma maneiras de destruir uma história. Umas são destruídas por um enredo desastrado, outras são destruídas por demasiada pretensão, outras são destruídas por falhas de lógica, outras são destruídas por uma pontuação desastrada, outras são simplesmente destruídas porque estão muito mal escritas.

António Paulo Cruz Alves da Costa (outro comprido) teve uma ideia interessante para um conto de terror. Rua Escura (bibliografia) tem um enredo razoavelmente bem concebido que não vou revelar pois trata-se de uma daquelas histórias que só funcionam se o final for surpreendente, e apesar de uma falha lógica que diminuiu significativamente o impacto.

Mas escreve mal. Escreve coisas como «... como se de um boneco amarrotado se trata-se...» (o que, mais uma vez, é tanto culpa dele como de quem editou o livro sem lhe fazer qualquer espécie de revisão), sim, mas sobretudo porque usa pessimamente a pontuação, parecendo ter uma noção no máximo nebulosa de como encadear frases ou como decidir entre o que deve ser frase e o que pode ficar como oração subordinada. O resultado é bastante mais tosco do que teria potencial para ser. E nem seriam precisas muitas mudanças para dar um conto razoável. Teria bastado revê-lo bem.

Textos anteriores deste livro:

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