Mais um conto que se tivesse sido revisto até podia estar razoavelmente bem escrito, sem os erros de concordância e as palavras em falta espalhadas um pouco por todo o lado pelo(a?) autor(a?) que assina com o mais que provável pseudónimo de E. A. Davies, este Caminhos Obscuros (bibliografia) é um conto de terror onírico, feito de imagens desconexas e de uma narrativa pouco firme.
Tem muito de conto de adolescente gótico, ainda que a estrutura narrativa seja mais madura do que é comum encontrar em autores desse género: lê-se como uma espécie de reflexão meio filosófica sobre a natureza e sobretudo a origem do mal, misturada com um quase libelo contra o mauzão do ser humano. E para isso serve-se do tipicíssimo ambiente da aldeola perdida num fim de mundo qualquer, onde o padre (que não é humano) é o centro da vida local, tudo analisado por uma personagem vinda de fora, que tudo narra em primeira pessoa.
Cliché? Oh, sim. Muito cliché. Tão cliché que o leitor já boceja ainda o conto vai na página dois. Este leitor, pelo menos. É curioso que com tantos autores e tantas histórias este livro consiga a proeza de ser tão monótono. E em alguns casos bastaria um editor digno desse nome para melhorar consideravelmente o resultado. Como neste; este conto nunca seria bom, creio, mas uma revisão que lhe ajustasse o português evitaria que fosse tão fracote.
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