É curioso como quando lemos publicações de contos de diversos autores as expetativas com que encaramos as histórias mais avançadas no decorrer do volume são afetadas pelas histórias que ficaram para trás. Curioso e natural. Mas pode pregar algumas partidas. Se, por exemplo, as expetativas com que se começa a ler um volume são elevadas e os primeiros contos se revelam maus, se calhar acabamos a avaliar melhor um conto razoável que nos surja a meio do que um conto igualmente razoável que apareça no princípio.
Maria Manuel Mateus Marques Claro Lopes (não faz por menos, seis nomes!) escreveu um conto razoável. Pedras da Lua (bibliografia), como de resto o título já começa a sugerir, é uma fantasia urbana movida a ciúme, traição e paranormalidade, escrita de uma forma algo frágil mas nem por sombras tão má como alguns dos contos que ficaram para trás. A situação, uma mulher desconfiada de que está a ser traída que procura a ajuda de uma astróloga para perceber se aquilo de que desconfia é real, é um chavão antigo, a verdade que se revela é um chavão ainda mais antigo e previsível desde o terceiro parágrafo, mas a história está razoavelmente bem contada e o português não sai propriamente maltratado da empreitada.
Textos anteriores deste livro:
Normalmente costumo ter melhores expectativas para aqueles autores que já conheço e de que já gostei
ResponderEliminarTambém é natural. Mas aqui não se aplica, porque li muito pouco ou nada de todos eles.
Eliminar