De volta à ficção científica, Charles V. de Vet leva-nos em Segunda Hipótese (bibliografia) a um planeta distante com uma espécie inteligente autóctone, ainda que tecnologicamente pouco avançada, onde foi instalada uma colónia humana. O desenvolvimento da colónia levou ao conflito e este ao dizimar da espécie indígena, que no entanto não é exterminada por completo, o que gera um estado de guerra contínuo entre os dois povos.
A inspiração para esta história é obviamente a guerra do Vietname por um lado e a conquista do continente norte-americano pelos britânicos e seus descendentes pelo outro. Embora a espécie nativa não seja descrita aprofundadamente, mostra várias características em comum com os povos nativos; as suficientes para tornar inevitável a associação.
No meio desta ambientação, o protagonista é um humano que vai à procura dos nativos, entretanto refugiados em áreas remotas (de novo, a ligação com os nativos americanos é evidente) para tentar fazer a paz. Isto várias gerações depois do estabelecimento da colónia. É um risco, e a tentativa de contacto é uma aventura: quanto mais não seja porque a região onde os nativos vivem agora é selvagem e perigosa e ele acha que tem de ir desarmado para que a presença de uma arma não sabote a procura da paz. E acaba por ficar a saber algumas coisas que desconhecia.
Tudo isto é bastante interessante e podia dar um conto realmente bom. Mas há alguns detalhes nesta história que me desagradaram o suficiente para eu não sair da leitura com uma opinião muito favorável sobre ela. Principalmente um furo no argumento que fica por explicar; todo o final surpresa depende de os nativos disporem de uma determinada capacidade, e não faz o mais pequeno sentido que, dispondo dela e tendo sido em tempos milhões, não a tivessem usado até serem exterminados quase por completo. Isso, somando-se a uma prosa que me pareceu ter alguns problemas de ritmo (e também à típica má tradução destas revistas), fez com que não me pareça que este conto ultrapasse o razoável.
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