terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Em dezembro falou-se de...

Dezembro voltou a ser um bom mês, curiosamente, porque eu à partida esperaria menos atividade por causa das festas — as visitas aos blogues, pelo menos, tendem a reduzir-se de forma clara por volta do Natal e do Ano Novo. Mas este mês não; este mês houve muitas leituras, muitos comentários, e em todos os subgrupos em que eles se dividem, ainda que parte da explicação para isso seja a descoberta e integração de uma mancheia de publicações que até aqui tinham estado de fora. Mas sobre isto falarei mais detalhadamente depois das listas. Para já, há aquela conversa habitual destinada a quem cá venha ter pela primeira vez.

O que é isto? Está explicado no primeiro destes posts, aqui. Também aí se explicam outras coisas relevantes, como de onde vêm os dados, e que se pretende com isto, que limitações se reconhece, por aí fora. O que é que já foi publicado no momento em que o caro leitor aqui cair? Encontra-se na tag leituras fc. E passemos de imediato às listas mencionadas acima, relembrando que depois há comentários. Aqui estão:

Ficção portuguesa:
  1. Autópsia, de João Nuno Azambuja
  2. O Caçador de Brinquedos e Outras Histórias, de João Barreiros (2x)
  3. O Longo Caminho de Regresso, de António Bizarro
  4. Quem Chama Pelo Senhor Aventura?, de Rita Garcia Fernandes
  5. Casos de Direito Galáctico, de Mário-Henrique Leiria
  6. Luz, de Carla Marques (conto)
  7. Amanhecer Etéreo, de Paulo Mota (conto)
  8. Enganando a Morte, de João Manuel da Silva Rogaciano (conto)
  9. Imortal, de José Rodrigues dos Santos
  10. Ensayo Sobre la Lucidez / Ensaio Sobre a Lucidez, de José Saramago (2x) 
  11. O Homem Duplicado, de José Saramago
  12. Antologia de Ficção Especulativa Queer, org. Carlos Silva
Ficção brasileira:
  1. A Taverna, nº 2, ed. ??
  2. Dicionário de Línguas Imaginárias, de Olavo Amaral
  3. Entre a Luz e a Escuridão, de Ana Beatriz Brandão
  4. Serpentário, de Felipe Castilho
  5. Fronteiras, org. Roberto de Sousa Causo (2x)
  6. O Dia Depois do Fora, de Laura Conrado
  7. Extemporâneo, de Alexey Dodsworth
  8. Colonização, de Day Fernandes
  9. Back in the USSR, de Fábio Fernandes
  10. A Caçada do Imortal, de Diego Medeiros
  11. A Retomada da União, de Bárbara Morais
  12. As Cinco Esposas de Nathan, de Clovis Nicacio
  13. O Silêncio dos Livros, de Fausto Luciano Panicacci
  14. A Morte e o Meteoro, de Joca Reiners Terron (2x)
  15. Mitos de Origem, org. Leonardo Tremeschin, Andriolli Costa e Lucas R. Ferraz (2x)
  16. Interferência, de Márcia Silva 
  17. Traição, de Márcia Silva
  18. Deus Sonha o Homem, de Lidia Zuin
Ficção lusófona e internacional:
  1. Almanaque do Dr. Thackery T. Lambshead de Doenças Excêntricas e Desacreditadas, org. Jeff VanderMeer, Mark Roberts e João Seixas
Ficção internacional:
  1. Star Wars: A Trilogia, org. ??
  2. O Restaurante no Fim do Universo, de Douglas Adams
  3. A Última Pergunta, de Isaac Asimov (conto)
  4. Fundação, de Isaac Asimov
  5. O Fim da Eternidade, de Isaac Asimov (2x)
  6. Pedra no Céu, de Isaac Asimov
  7. O Conto da Aia, de Margaret Atwood (3x)
  8. Death Weeps, de Tamara Rose Blodgett
  9. Raízes do Mal, de Gwenda Bond
  10. A Biblioteca de Babel, de Jorge Luis Borges (conto)
  11. Nova Antologia Pessoal, de Jorge Luis Borges
  12. Os Viajantes, de Alexandra Bracken
  13. 4 Contra o Apocalipse, de Max Brallier
  14. O Guia de Sobrevivência a Zumbis, de Max Brooks
  15. A Laranja Mecânica / Laranja Mecânica, de Anthony Burgess (3x)
  16. A Parábola do Semeador, de Octavia E. Butler
  17. Ritos de Passagem, de Octavia E. Butler
  18. Antologia da Literatura Fantástica, org. Adolfo Bioy Casares, Jorge Luis Borges e Silvina Ocampo
  19. The Prince & the Guard, de Kiera Cass
  20. The Queen, de Kiera Cass
  21. História da Sua Vida e Outros Contos, de Ted Chiang
  22. As Fontes do Paraíso, de Arthur C. Clarke
  23. O Fim da Infância, de Arthur C. Clarke
  24. A Biblioteca Invisível, de Genevieve Cogman
  25. A Trama Perdida, de Genevieve Cogman (2x)
  26. Recursão, de Blake Crouch
  27. Babel-17, de Samuel R. Delany (3x)
  28. Estrela Imperial, de Samuel R. Delany (2x)
  29. Anarquia, de Megan DeVos
  30. O Homem do Castelo Alto, de Philip K. Dick
  31. O Tempo Desconjuntado, de Philip K. Dick
  32. Ubik, de Philip K. Dick
  33. Valis, de Philip K. Dick
  34. Talking to Robots, de David Ewing Duncan
  35. Terra de Lobos, de Tünde Farrand
  36. Uma Nova Esperança, de Alan Dean Foster e George Lucas 
  37. A Arma de um Jedi, de Jason Fry
  38. Os Últimos Jedi, de Jason Fry
  39. Seres Mágicos & Histórias Sombrias, org. Neil Gaiman e Al Sarrantonio
  40. The Roundheads, de Mark Gatiss
  41. O Império Contra-Ataca, de Donald F. Glut e George Lucas
  42. Terminais, de Roderick Gordon e Brian Williams
  43. Estrelas Perdidas, de Claudia Gray
  44. Guerra sem Fim, de Joe Haldeman
  45. Metrópolis, de Thea von Harbou
  46. O Armazém, de Rob Hart (2x)
  47. Herdeiro do Jedi, de Kevin Hearne
  48. Serotonina, de Michel Houellebecq
  49. O Céu de Pedra, de N. K. Jemisin (2x)
  50. O Legado, de Amie Kaufman e Meagan Spooner
  51. Flores para Algernon, de Daniel Keyes (2x)
  52. Interestelar, de Greg Keyes
  53. Novembro de 1963, de Stephen King
  54. O Concorrente, de Stephen King
  55. O Instituto, de Stephen King (5x)
  56. Solaris, de Stanislaw Lem (2x)
  57. Além do Planeta Silencioso, de C. S. Lewis (2x)
  58. O Ano da Graça, de Kim Liggett
  59. A Ira dos Justos, de Manel Loureiro
  60. O Chamado de Cthulhu e Outras Histórias, de H. P. Lovecraft
  61. O Despertar de Cthulhu, de H. P. Lovecraft
  62. Ignite Me, de Tahereh Mafi
  63. Intocável, de Tahereh Mafi
  64. Restaura-me, de Tahereh Mafi
  65. Shatter Me, de Tahereh Mafi
  66. Unravel Me, de Tahereh Mafi
  67. Caixa de Pássaros, de Josh Malerman
  68. Inspeção, de Josh Malerman
  69. Dois Mil e Sessenta e Um, de Barry N. Malzberg (conto)
  70. Nightflyers, de George R. R. Martin (2x)
  71. O Começo, org. George R. R. Martin (2x)
  72. Máquinas Como Eu, de Ian McEwan
  73. Cinder, de Marissa Meyer
  74. Winter, de Marissa Meyer
  75. A Cidade & a Cidade, de China Mièville
  76. The Forgotten Army, de Brian Minchin
  77. Brumas do Tempo, de Karen Marie Moning
  78. Tainted, de Alexandra Moody
  79. Os 100, de Kass Morgan
  80. Contos de Imaginação e Mistério, de Edgar Allan Poe
  81. A Resistência Renasce, de Rebecca Roanhorse
  82. Nova York 2140, de Kim Stanley Robinson
  83. Destinos Divididos, de Veronica Roth
  84. O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry
  85. Calamidade, de Brandon Sanderson
  86. Tormenta de Fogo, de Brandon Sanderson
  87. A Última Colônia, de John Scalzi
  88. As Brigadas Fantasma, de John Scalzi
  89. Frankenstein, de Mary Shelley (2x)
  90. Mundos Sem Fim, de Clifford D. Simak
  91. O Médico e o Monstro / O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde, de Robert Louis Stevenson (5x)
  92. Battle Royale, de Koushun Takami
  93. O Homem que Caiu na Terra, de Walter Tevis
  94. Debaixo de Cerco, de Robert Thurston
  95. Aniquilação, de Jeff VanderMeer
  96. Através do Vazio, de S. K. Vaughn
  97. A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Jules Verne
  98. Vinte Mil Léguas Submarinas, de Jules Verne
  99. Viajantes do Tempo, de Rysa Walker
  100. Openness, de Alexander Weinstein (conto)
  101. A Sombria Queda de Elizabeth Frankenstein, de Kiersten White
  102. Prince of Chaos, de Roger Zelazny
Não-ficção brasileira:
  1. A Fantástica Jornada do Escritor no Brasil, de Kátia Regina Souza
Não-ficção internacional:
  1. O Zen e a Arte da Escrita, de Ray Bradbury
  2. Eu Estou Vivo e Vocês Estão Mortos, de Emmanuel Carrère
  3. Churchill & Orwell - A Luta Pela Liberdade, de Thomas E. Ricks
  4. Stranger Fans, de Joseph Vogel
Como se disse acima, dezembro foi um bom mês para os comentários sobre FC portuguesa, que mais uma vez ultrapassaram o número que me parece mínimo para manter o paciente ligado à máquina. Mais positivo se torna se tivermos em conta que só 3 dos 12 títulos mencionados são títulos de ficção curta e que além destes 12 existe ainda um décimo terceiro que contém ficções portuguesas, embora eu não saiba ainda se estas incluem ou não FC (estou a ler o livro agora). O mês é dominado por José Saramago, que foi alvo de 3 comentários distribuídos por 2 títulos, e por João Barreiros, alvo de 2 comentários, ainda que parciais.

Também foi um mês bom para a FC brasileira, ainda que já tenha havido alguns bastante melhores. 18 títulos, três dois quais comentados duas vezes e nenhum dos quais correspondente a ficção curta, são um número decente. Os destaques do mês vão para Roberto de Sousa Causo e para o trio Tremeschin Costa e Ferraz na qualidade de antologistas, com dois comentários cada, e para Joca Reiners Terron e Márcia Silva, também com dois comentários cada, sendo os da Márcia distribuídos por dois títulos.

Mas claro, como sempre tudo isto torna-se insignificante quando comparado com a quantidade de leituras e comentários de material não lusófono, seja em tradução, seja em versões originais. E este mês foi dos mais prolixos, pois voltámos a ter mais de uma centena de títulos a mencionar, o que é em parte fruto de uma relativa escassez de leituras múltiplas: só O Instituto do King foi comentado 5 ou mais vezes. Os destaques do mês cabem, portanto, a Isaac Asimov, com 5 opiniões dispersas por 4 títulos, a Samuel R. Delany, também com 5 opiniões mas dispersas por 2 títulos, ao já mencionado Stephen King, com 7 opiniões dispersas por 3 títulos, e a Tahereh Mafi, de novo com 5 opiniões, mas dispersas por outros tantos títulos.

Ao todo mencionaram-se 138 títulos durante o mês de dezembro, incluindo cinco de não ficção. Só o facto de estarmos a falar de publicação online possibilita esse número. Fala-se muito, com ares trágicos, do fim da crítica na imprensa, mas nem nos tempos mais áureos esteve acessível ao público em geral uma quantidade tão elevada de textos críticos. E se é verdade que a qualidade de muitos destes textos não é particularmente elevada, também não deixa de o ser que a dos textos que saíam na imprensa por vezes também não era. Eu queria mais e melhor, muito mais e muito melhor, mas será que no antigamente dos nostálgicos — alguns dos quais aparentemente se recusam a escrever para a internet — estávamos melhor? Tenho enormes dúvidas.

Mas enfim, isto são divagações mais ou menos ociosas. Em fevereiro cá estarei de novo a falar do que se comentou durante janeiro.

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