quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Ana Paula Maia: A Pequena Fábrica de Sabão Artesanal do Senhor Chong

Para uma antologia que gira em volta do tema "cadeiras", o conto que a brasileira Ana Paula Maia apresenta tem pouco a ver com o tema. A Pequena Fábrica de Sabão Artesanal do Senhor Chong é uma história sobre um trabalhador, supõe-se que brasileiro, que se sente preso e infeliz no emprego que tem, a fazer sabão numa cave de um prédio, algures numa cidade brasileira, rodeado de chineses e coreanos, e dá voltas à cabeça para ver se consegue arranjar alguma maneira de se libertar daquilo.

A cadeira aparece apenas porque é a cadeira em que ele se empoleira para trabalhar, e que decide levar consigo quando é demitido do emprego, o que o leva a ser perseguido. Um adereço, nada mais. O resto é um relato de raiva surda e francamente racista (resta saber se o racismo é da autora, da personagem ou de ambos), com uma alusão a sexo com uma travesti, também ela asiática, que parece um bom bocado gratuita, servindo apenas para sublinhar a degradação pessoal do protagonista. Tudo somado, não foi conto que me tivesse agradado. Está escrito com competência, mas pouco mais de bom tenho a dizer sobre ele.

Conto anterior deste livro:

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