Esta semana foi calma ao ponto de não haver Leiturtugas a destacar, por mais que o Artur tente convencer-vos do contrário. Mas há algumas coisas a dizer.
Começando pelo Artur, já agora, ele publicou há dias mais uma opinião sobre um livro de BD. Tudo bem, entra, certo? Não, que o autor não é português, é galego. Contaria se este projeto se chamasse Leiturtugófonas, ou coisa do género, mas é -tugas, portanto exige-se que cada publicação nele integrada tenha alguma forma de autoria portuguesa. Portanto lamento, Artur, mas esse não conta. Venham mais.
Depois, houve algumas dúvidas sobre o sorteio de abril e os eventuais sorteios que se sigam. Uma prende-se com a ponderação; parece que ficou a ideia de que essa ponderação impossibilitaria qualquer publicação que entre no projeto mais tarde de ganhar fosse o que fosse. Não é bem assim. Deixem-me explicar porquê.
Sim, a ponderação destina-se a premiar quem mostre mais dedicação a este projeto, dando-lhe mais possibilidades de ganhar os sorteios do que aos outros. Também se destina a impedir que alguém que se junte ao projeto na véspera de um sorteio para ver se ganha um livro grátis e tencionando abandoná-lo logo a seguir tenha tantas hipóteses de ganhar como quem já por cá anda há bastante tempo. Por isso, se alguém chega a um sorteio com uma ponderação de 1 ou 2 não tem quase hipótese nenhuma de ganhar. Mas isso não fica assim para sempre. Porquê?
Isto é mais fácil de explicar com um exemplo. Digamos que um blogue se junta a nós em março. Quando for o primeiro sorteio terá ponderação de 1 e os mais antigos terão ponderação de 15. Ou seja: para ser o recém-chegado a ganhar, o seu número aleatório terá de ser 1 e o dos mais antigos terá de ser inferior a 1/15 = 0,067. Praticamente impossível. Mas digamos que seis meses mais tarde há outro sorteio. Aí, a ponderação do novo já será 7 e a dos mais antigos será 21. Para aquele ganhar, o seu número aleatório terá de ser 1 e o dos mais antigos terá de ser inferior a 7/21 = 0,33. Ou seja, embora a probabilidade de vitória continue a ser baixa, é bastante mais elevada do que inicialmente. E seis meses mais tarde passa a 0,48. E por aí fora, sempre a subir.
Trocando por miúdos: quanto mais tempo os novos se mantiverem no projeto mais aumentam as suas possibilidades de vencer algum sorteio.
E além disso, eu estou a supor que deverá haver bastantes recusas de prémios, porque os bloggers mais dedicados não costumam ficar à espera de um sorteio para ganhar um livro que lhes interesse; compram-nos.
De resto, tudo isto é ajustável com a experiência e está aberto a ideias novas. Sugeriram-me, por exemplo, que quem ganhasse um livro ficasse de fora nos dois ou três sorteios seguintes, e parece-me boa ideia mesmo que parta de um certo otimismo que eu não partilho por inteiro: o de que haverá autores e editores suficientes interessados em oferecer livros para chegarem a haver três ou quatro sorteios. Também me sugeriram que a ponderação das publicações que não cumprirem os objetivos seja reduzida em função do que falta, o que também me parece boa ideia, ainda que me cause alguns problemas técnicos (tenho tudo isto automatizado com fórmulas no excel, e não estou bem a ver como aplicar essas reduções de forma automática... tenho de pensar no assunto). E há ainda a hipótese de usar outras formas não lineares para as ponderações, que aumentem mais depressa as possibilidades dos recém-chegados (raiz quadrada ou logaritmos, por exemplo).
Por fim, contestaram a inclusão da Lâmpada, argumentando que os organizadores de sorteios não devem participar neles. Tudo bem, é ideia legítima. Mas vou manter a Lâmpada nisto. Porque desconfio que só vão acabar por ser sorteados livros meus, e se assim for a Lâmpada estar ou não estar vai dar ao mesmo, porque tenho tanta coisa para ler que o mais provável é que acabe por recusar se por acaso me sair alguma coisa e porque quem não acredita na honestidade do sorteio só tem de esperar para ver se ele é honesto ou não.
E por hoje é só isto. Vá, toca a ler.
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