Este é um conto que me agradou um pouco mais do que tem sido hábito nestas histórias. A princípio não. A princípio parecia mais uma banalidade absoluta, com uma natureza já desvendada integralmente pelo título de Corvos e Lobos (bibliografia), um daqueles contos de adolescente gótico e metaleiro que há por aí aos pontapés, servido por um português pouco entusiasmante, cheio de seus, suas e eus frequentemente desnecessários, como quem traduz do inglês sem saber bem o que faz, e com inconsistências no tempo narrativo, que ora está no passado, ora no presente, sem que nada o justifique.
E é tudo isso, claro, o que impede o conto de ser bom. Mas Luís Miguel Carretas Cascales consegue contar a sua história no espaço que tem disponível sem deixar que ela pareça apressada, e sobretudo introduz no final um plot twist bastante bem feito e que faz pleno sentido com algo deixado no ar no princípio do conto. E isso impede o conto de ser mau. Com uns anos a apurar a escrita, este é autor que poderia vir a ter o seu interesse.
Textos anteriores deste livro:
Obrigado Jorge, pela parte que me toca.
ResponderEliminarEu sempre achei importante numa história que um personagem deveria sempre lembrar-se de onde ou pelo que veio para encontrar algo com sentido no final do percurso.
Cumprimentos
Luís Cascales