Ao ver-se um título como Brenda, Blenda e Bienda (bibliografia), não é muito difícil concluir-se que estamos perante mais um conto infantil, e até que este tem raízes nos contos populares. E quem assim conclua não se engana, pois é de facto aí que Julieta Margarida Pereira de Melo (mais um nome comprido) vai buscar inspiração.
É um conto com algum potencial não é um bom conto. Narra uma história confusa de amizade e lições entre as criaturas mitológicas do folclore popular, fadas e gnomos e antropomorfizações de outras coisas, com uma quantidade demasiado elevada de personagens para história tão curta, cada uma com o seu nome, e ainda por cima com vários desses nomes demasiado parecidos uns com os outros, o que só aumenta a confusão. Para o público-alvo de uma história destas também me parece que há demasiadas frases demasiado compridas e nem sempre bem pontuadas, o que contribui para que o português não seja mau mas pudesse ser melhor. E há um estilo bastante seco, o que não é em si mesmo nem mau nem bom mas não me agrada por aí além numa história deste tipo. Mas há aqui material para ser trabalhado e resultar em obra realmente interessante. A base está lá. Falta é construir bem construído o edifício narrativo, que como está deixa a desejar.
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