sábado, 2 de maio de 2020

Isaac Asimov: Ao Conquistador

Já tinha tido umas indicações de que assim seria anteriormente, mas depois de ler este Ao Conquistador (bibliografia) fiquei com a certeza: há um problema neste livro. Isaac Asimov repete-se demasiado e como consequência as histórias perdem interesse e até piada.

A questão é que Asimov tenta replicar nos contos sobre Azazel a abordagem formulaica que deu tão bons resultados nos dos robôs positrónicos, mas o tema, aqui, presta-se muito menos a ela. Nos contos dos robôs existe sempre um problema a resolver, um mistério. O seu fascínio prende-se em boa medida com o exercício intelectual da análise desse mistério, um pouco à semelhança do que acontece com a literatura policial, que também tende com frequência a ser formulaica. É esse exercício que faz com que resulte. Mas aqui não existe desafio algum. OK, o demónio é desastrado. OK, cria mais problemas do que os que resolve porque encara literalmente, extremadamente, tanto os problemas como as propostas de solução. Certo, a ideia é divertir. Mas e daí?

O que fica é pouco. Neste conto temos um pobre desesperado porque as mulheres não lhe ligam. O demoniozinho é colocado em campo e resolve o problema dando ao protagonista incel um cocktail de feromonas que o tornam completamente irresistível para o sexo oposto. Claro que corre mal e o incel continua a ser incel, agora porque o mulherio não o larga. E o leitor sorri, quando sorri, e encolhe os ombros. Tá bem. Próximo.

Contos anteriores deste livro:

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