Mais um conto francamente mal escrito, este O Beijo da Morte (bibliografia) de JoaKim Santos, sem um mínimo de revisão que proteja o leitor e o autor da baixa qualidade do português utilizado. Sim, porque uma das funções de um editor é proteger o autor de ser exposto de forma demasiado violenta, e não o fazer é sinal de incompetência. Mas sobre isso falarei mais detalhadamente quando falar da antologia como um todo.
Sim, este conto está muito mal escrito. Querem ver? Eis o primeiro conjunto de frases que me apareceram debaixo dos olhos, ou seja, é um trecho ao calhas, nem o pior nem o melhor que aqui se acha: «Estava ainda a pensar no sucedido, difícil de imaginar quanto mais acreditar, com algum receio fui fechando os olhos, passados uns momentos suspirei de alívio, parecia-me que tudo tinha passado, (paf). — Ai! Novamente...». Pois.
À parte a fraca qualidade do português, esta é uma daquelas histórias sobrenaturais e razoavelmente lúgubres na qual o protagonista se vê assolado por coisas que não entende e das quais acaba por salvar-se porque, apesar do clima soturno, a mensagem do conto acaba por ser de alguma esperança. Um conto de horror esperançoso, por assim dizer. Mas muito, muito fraquinho. Quando o manuseio da língua é mau o resto tem de ser muito bom para que as coisas se salvem, e aqui estamos muito longe disso.
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