Há autores que acham que para escreverem uma história épica precisam de usar uma linguagem épica, tonitruante, carregada de palavreado cujo único propósito é atirar à cara do leitor que aquilo é uma história épica, portanto que faça o favor de a ler assim. Outros, mais subtis, preferem descomplicar e deixar o épico da história na história propriamente dita. E eu tendo a detestar os primeiros e a gostar bastante dos segundos.
Infelizmente, Andrés Díaz Sánchez, pelo exemplo lido, é dos primeiros. Las Puertas del Valhalla é uma daquelas histórias movidas a heroísmo guerreiro, sobre um viquingue que morre em combate e por isso vai tentar conquistar o seu lugar no Valhalla, ou pelo menos no exército que defende as portas do sítio contra o contínuo assalto das hostes infernais, cumprindo uma missão impossível no submundo. E como se não bastasse o constante estrondear de trombetas heroicas na história propriamente dita, Sánchez resolve carregá-lo ainda mais com uma prosa que chega a ser ridícula de tão empolada.
Não terei propriamente detestado esta história; não chegou a tanto. Mas não gostei nada dela. Mesmo nada.
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