Mais um autor que resolveu (ou alguém resolveu por ele) assinar com o nome completo. Diverti-me com isso no início deste livro, mas há já algum tempo que não me aparecia nenhum nome longo entre os pseudónimos e as combinações simples de nome+apelido que têm dominado nos últimos tempos. Daniel João Santos Sousa tem pelo menos a vantagem de o seu nome não ser daqueles que parecem nunca mais acabar; quatro palavrinhas e está a andar. E tem outra vantagem relativamente a muitos outros dos autores desta parte do livro: só tem de perder alguns vícios para conseguir escrever bem.
Casa Assombrada (bibliografia) é um pastiche de conto oitocentista, mais um, uma história anacrónica e hiperadjetivada, carregada de velhos clichés sobre... bem... casas assombradas. É inútil descrever a história: já todos a lemos, já todos assistimos a ela em inúmeros filmes e séries de TV. Não há aqui originalidade alguma. Mas há pelo menos um português que, depois de passar pela máquina desadjetivadora, pode tornar-se agradável de ler. E precisa mesmo de passar por ela, que como está é uma tal floresta de adjetivos desnecessários que torna difícil ver-se a qualidade que tenta respirar por baixo. Se o autor quiser e conseguir libertá-la, pode vir a produzir coisas interessantes. Esta não o é.
Textos anteriores deste livro:
Fui eu o autor. Tinha 16 anos quando escrevi isso. Evidentemente longe estava de ter desenvolvido o estilo ou ter alguma maturidade (pelo menos para ser levado a sério neste campo da literatura). Até a mim causa confusão quando leio textos antigos que hoje reconheço como ridículos. Escrevi por diversão apenas e sem ambições literárias. Confesso que me deu vontade de rir a análise (um bocado exagerada para algo tão efémero como foi esse texto de há mais de uma década). Não sabia que ainda havia pessoas a perder tempo com estas leituras. Já nem eu próprio me lembrava de tal coisa. Mas fico feliz por alguém ainda perder tempo a ler os meus textos da adolescência. Muito obrigado. Assinado, Daniel Sousa
ResponderEliminar